Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Gl 2:20

sábado, 30 de janeiro de 2010

Perseverantes e Vitoriosos

Conta-nos, Ossian Davies: A batalha desenvolvia-se áspera e sangrenta. O ímpeto do ataque inimigo era avassalador. Aflito, o capitão apresentou-se ao comandante e gritou: – General! É impossível continuar a luta; são muitos os soldados inimigos! Jamais os venceremos! – Capitão – respondeu, calma e friamente, o comandante: – Não estamos aqui para contar os inimigos e sim para vencê-los; e vamos vencê-los! Perseverança e vitória são exatamente os conceitos que encontramos no texto de Hb 12. 1 – 3. Façamos uma leitura do texto aqui indicado.

Não sabemos dizer, com segurança, quem escreveu a epístola aos hebreus. Ninguém o sabe. Clemente de Alexandria (150 – 215 d.C.) e Orígenes (185 – 253 d.C.), na igreja oriental pensavam que fora Paulo. Na igreja ocidental, Tertuliano, (155 – 220 d.C.), atribuiu a autoria da carta a Barnabé, um levita da dispersão judaica. No mesmo período histórico a autoria chegou a recair sobre Lucas, o historiador do Evangelho Segundo Lucas e do livro de Atos dos Apóstolos. O próprio Martinho Lutero, reformador do século XVI, arriscou o seu palpite. Afirmou ser Apolo, original de Alexandria, pregador fervoroso em Éfeso. Aquele que tomou algumas aulas de teologia com Priscila e Áqüila. Confiramos At 18. 24 – 28. Contudo, sabemos que o seu autor foi perito nos estilos literários do grego helenista, profundo conhecedor do Antigo Testamento, na LVXX – Septuaginta, versão grega do VT, sensível à história da redenção, que culminou na morte de Jesus e interessado nos seus leitores originais, a quem, muito bem os conhecia.

A carta é de profundo teor cristológico. Encontramos nestes três versículos maravilhosos o conforto, que nos arrefece o sofrimento e nos dá ânimo, em meio à lida diária. Cristo é o autor e consumador da nossa fé, perfeito paradigma, digno de toda imitação. Ele é a razão da nossa fé e vitória. Para obtê-la, devemos nos empenhar, estrategicamente, em busca dela, como nos ensina o texto, nos PASSOS PARA A CONQUISTA DA VITÓRIA, como nos são apresentados. Primeiro, O Alívio da Sobrecarga. Estamos rodeados de grande nuvem de testemunhas. Os olhos dos perversos se voltam para a nossa direção à busca de erros nos quais pretendem nos condenar. Jesus, o alvo da nossa atenção, sempre foi questionado e perseguido pelos fariseus da sua época. Os fariseus de hoje não seriam diferentes conosco. Estão embutidos na grande nuvem de testemunhas, com seus olhos voltados para a nossa direção, prontos para se alegrarem com uma suposta derrota nossa. Contudo, podem rir, mas fria e desdenhadamente, por uma grande surpresa. A vitória no nome de Jesus! Para isso, devemos estar Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia. Vv 1.

A palavra desembaraçar, aqui usada, significa ficar livres dos embaraços, desimpedidos. Tem o mesmo sentido do pássaro, que livre da esparrela do passarinheiro, voa livre em busca de novos horizontes. O crente não pode, de maneira nenhuma, trazer consigo o peso do tradicionalismo; do egoísmo e do orgulho; dos tabus sociais, políticos e idealistas; dos traumas passados, feridas interiores curadas por Cristo. Tais aspectos podem constituir em grandes pesos no coração dos crentes mau orientados. Também, o pecado, embaraça o crente. Nele o diabo, nosso maior adversário, cria as suas artimanhas ou armadilhas com o objetivo de prender neles o crente, que pelo pecado é assediado tenazmente. Aproxima-se com o poder de uma substância pegajosa, que se adere com facilidade. Sejamos livres dos laços do pecado, pelo nome de Jesus! Segundo, O Apego ao Propósito da Vitória. Uma vez livres do peso e do pecado, devemos correr. Não corramos desordenadamente, mas corramos coordenados por um propósito definido. Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta. Vv. 1. A palavra Carreira tem o significado de corrida veloz, caminho, estrada, linha, modo de vida, decurso da existência. Daqui, tiramos o estilo da vida cristã ou o próprio decurso da vida cristã, que deve ser desenvolvida com perseverança. O significado de perseverança é constância e firmeza. Quer nos dizer esta proposição que não devemos ser oscilantes na carreira da vida cristã. Ela deve ser desenvolvida, impulsionada pelo Espírito Santo que nos dá as forças necessárias para irmos em frente e sempre.

Uma carreira cristã não pode ser contaminada por fracassos como o da mulher de Ló, que olhou para traz e foi reduzida a uma estátua de sal. Jesus nos diz: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus. Lc 9. 62. Terceiro, A Busca do Incentivo. Para fazermos algo bem feito na vida precisamos de motivação. Na carreira cristã, também. O autor do texto em questão nos sugere um fato primordial para a motivação na nossa careira da vida cristã. Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus… Vv. 2, a. Dessa afirmativa nos surge uma pergunta: Porque olharmos para Jesus? A essa pergunta nos responde o texto: o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. A cruz de Cristo foi algo terrivelmente violento pelo fato de nela recair sobre o cordeiro de Deus que tira o pecado mundo, o juízo divino em conseqüência dos nossos pecados. Foi a plena satisfação da justiça divina que levou Jesus à cruz, o fim da sua sujeição ao Pai em perfeita obediência. No caminho da cruz Ele foi ultrajado pela ignomínia dos seus acusadores e dos executores da sentença de morte que sobre Ele recaiu. Isso significa que ele teve a sua dignidade profundamente ofendida pela grande desonra e infâmia que os soldados romanos e os próprios judeus lhe impuseram.

Ele não fez caso da desonra que lhe atribuíram, porém, rogou ao Pai para lhes perdoar porque não sabiam o que faziam. Olhar para o cordeiro que foi morto, mais vive eternamente e vê-lo glorioso é o nosso maior incentivo. Considerai, pois atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossas almas. Vv. 3. O termo desmaiar aqui aplicado significa perder a cor, ser desbotado ou descorado. Amarelão é coisa típica dos desnutridos fisicamente. Como tal a fraqueza espiritual é inerente àqueles que perderam de vista a visão do Cristo redivivo e glorificado. Quando Ele ressuscitou dentre os mortos venceu a morte, o pecado e o inferno. Sua ressurreição tornouse no atestado de garantia para a nossa vitória. Assim, há perspectivas reais para a busca da perfeição na vida cristã. Para buscá-la o processo, como haja visto, constitui-se de desembaraçarmos de todo peso e do pecado, de nos apegarmos a um propósito substancial em busca da vitória e da procura de um real incentivo ou motivação para a nossa vida espiritual. Sejamos, pois, firmes nas promessas do Senhor Jesus, para que possamos fazer nossas as palavras do apóstolo Paulo e declararemos ao mundo: Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Rm 8. 37. Amém

Rev.Cleuso Nogueira (Pastor Presbiteriano em Minas Gerais)

Publicado no antigo endereço de blog wordpress 14/11/09

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